Há tempos ouvimos que a atividade pecuária está se estrangulando, muito pela pressão da agricultura, com alta produtividade e rentabilidade por área, aliado ao aumento dos valores da terra. Os discursos de necessidade de ruptura com o modelo antigo, conservador e, diria, inclusive, precário de produção parece nunca ter feito tanto sentido.

A recente alta nos valores das commodities refletiu diretamente na necessidade de incrementos na gestão e nos controles produtivos na pecuária, juntamente com a aplicação de novas tecnologias o que aumenta o risco da atividade. A pecuária e os pecuaristas devem ser mais competitivos dentro da porteira, esse momento chegou. O elevado aumento do valor da arroba proporcionou uma sensação de aumento da rentabilidade da pecuária, mas isso não foi real em muitos casos devido aos custos de produção terem aumentado vertiginosamente, o que em alguns casos ajustou também as margens que ficaram menores que em outros momentos.

Uma alternativa viável para elevar a produtividade sem grandes investimentos, sobretudo em infraestrutura, equipamentos e custos fixos é a terceirização de parte do processo produtivo. O primeiro passo é identificar em qual das fases produtivas a fazenda é mais eficiente, cria, recria ou terminação? Com isso determinado os esforços do grupo devem ser realizados a fim de que a capacidade de produção seja elevada dentro da sua potencialidade e buscando alternativas para as demais fases. Confira alguns exemplos:

1- Se você é bom de cria e perde produtividade na recria, então deve focar na cria; vender a desmama e aumentar o seu rebanho de vacas dentro desse segmento;

2 - Se suas vacas não são tão boas assim, e não desmamam bem, mas seus bezerros se “recuperam” na recria, parece que você é um excelente recriador. Então venda suas vacas e compre ótimos bezerros que serão garrotes excepcionais dentro do seu sistema.

O mesmo acontece na terminação, atualmente nada é tão eficaz como o confinamento, mas construir um confinamento do zero exige alto investimento em equipamentos, equipe, tecnologia, etc. Envolve, também, a imobilização grande valor de capital. É importante lembrar sobre os processos diários que não são simples. Então, por que não enviar esses animais para um prestador de serviços? Além dos ganhos intrínsecos a terminação rápida dessa prática elimina animais de categorias mais pesadas, o que te permite aumentar a lotação das áreas das fazendas com categorias mais leves, além disso sua equipe pode focar no manejo da recria, ou seja, tornando-ser mais eficiente.

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Nesse embalo a terceirização tem um cenário promissor e uma longa estrada para avançar dentro da pecuária. Diversos setores da economia já trabalham dessa forma há anos terceirizando os trabalhos menos eficientes. No setor de tecnologia, por exemplo, uma empresa que monta celulares normalmente não produz seus componentes, tudo é obtido de terceiros e as empresas são cada vez mais eficientes, dentro de seus propósitos com produtos cada vez melhores. Trazendo o caso de volta para a pecuária, por que não terceirizar uma fase menos eficiente de seu processo? A terminação é um gargalo e uma excelente oportunidade de ser mais produtivo utilizando a experiência e a especialização de outros stakeholders.

Nos últimos anos acompanhamos um grande crescimento de confinamentos pelo Brasil e muitos deles prestando serviços de excelência. Os confinamentos se tornaram “indústrias” de produção de carcaças. Se você não conhece o trabalho dessas empresas procure-os e dê um salto de produtividade em seu rebanho.

Abraço e até a próxima!

Edinho Siqueira
Diretor Administrativo do Confinamento Boa Vista.